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sábado, 27 de junho de 2009

Michael Jackson: Imprensa americana saúda artista único e figura controversa

Fãs de Michael Jackson choram a morte do cantor em Los Angeles, nesta quinta-feira (Getty Images)

Noticiário sobre a morte de Michael Jackson dominou imprensa nos EUA

Um artista único, que deixou uma influência inestimável para a música mundial, e uma figura excêntrica e polêmica.

Foi assim que diferentes órgãos da mídia americana lembraram Michael Jackson, o maior astro pop mundial, morto nesta quinta-feira, após um ataque cardíaco, em Los Angeles.

A notícia da morte do cantor dominou por completo o noticiário televisivo americano e ocupou as manchetes de todos os sites de jornais e blogs noticiosos do país.

“Talvez a figura mais controversa da arte no século 20 e no início do século 21”, afirmou o apresentador Keith Olbermann, da rede MSNBC.

Para Brian Williams, da NBC, “ele era incrivelmente talentoso, um artista mirim que se tornou um adulto com profundos distúrbios e problemas mentais”.

O âncora Anderson Cooper, da rede CNN, lembrou da “exuberância e alegria de suas apresentações”.

Um fã entrevistado pela mesma emissora contestou a tese de que as que acusações de abuso sexual contra menores teriam abalado seu legado. “Ele foi acusado de tudo. O legado dele transcende tudo isso”.

Para o apresentador Geraldo Rivera, da rede Fox News, “ele foi a pessoa mais famosa da Terra nos anos 1980 e 1990”. Geraldo exibiu ainda uma entrevista que havia feito com o artista, em 2005.

O apresentador também afirmou que, entre pessoas na faixa etária dele, 50 anos de idade, a morte de Jackson é a menos surpreendente, dada a frágil condição física do cantor.

Especulações

As emissoras também especularam muito sobre as possíveis causas da morte, mencionando rumores de que o artista poderia estar abusando de remédios, o que poderia ter contribuído para sua morte.

Um ex-advogado de Jackson, Brian Oxman, deu entrevistas à Fox e à MSNBC nas quais ofereceu depoimentos similares: “Eu avisei que isso poderia acontecer. Que se isso um dia acontecesse, eu falaria alto e claro sobre o que vi, sobre o abuso de medicamentos”.

Entre os jornais, o tom de comoção foi similar.

Karin Klein, uma colunista do jornal Los Angeles Times, afirmou que a carreira de Jackson teve o tom de uma tragédia grega.

A colunista lembrou que ele foi, a um só tempo, “o adorável e prematuramente talentoso menino capaz de cantar de tudo”, o criador do clipe de Thriller, “que mudou o gênero para sempre”, mas que, “dormir ao lado de jovens meninos (...), que balançar bebês do alto de um balcão ou cobrir os seus rostos (…) refletiam uma inabilidade em lidar com os fatos da vida”.

Imortalidade

Em seu site, o New York Times relatou que vigílias e encontros de fãs estão sendo organizados em diferentes partes do país.

O principal crítico musical do jornal, John Pareles, indagou: “Qual Michael Jackson será lembrado? O entertainer insuperável, o homem do canto e dança que mesclava ritmo, melodia, textura e imagem para criar e promover o disco mais bem vendido de todos os tempos, Thriller? Ou a figura bizarra que ele se tornou após ter falhado em sua ambição de superar as vendas de Thriller?”.

A página do Washington Post ofereceu um terno relato sobre a visita de Jackson à Casa Branca, à época do presidente Ronald Reagan, em 1984.

Na ocasião, o líder americano solicitou que o artista incluísse Washington em sua turnê nacional.

Jackson acabou atendendo ao pedido, atraindo ao menos 90 mil fãs às suas apresentações, muitos dos quais encheram as estações de metrô da cidade munidos de roupas semelhantes à do ídolo, como a tradicional luvinha branca.

O site de notícias sobre celebridades TMZ, que foi o primeiro a dar a notícia da morte de Jackson, trouxe depoimentos de personalidades que conheceram bem o cantor, como a atriz Elizabeth Taylor e o diretor John Landis, o autor do clipe de Thriller, que estava processando o astro devido à uma disputa sobre a venda dos direitos de um musical baseado no clipe e no disco homônimos.

Um dos relatos mais curiosos foi o do repórter Brian Monroe, da revista Ebony, voltada para a comunidade negra americana.

Monroe, que possivelmente fez a última entrevista com o cantor, por ocasião do aniversário de 30 anos do disco Thriller, disse que o músico afirmou que gostaria que sua criatividade lhe conferisse a imortalidade.

Jackson teria dito:“Ninguém quer ser mortal”.


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