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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Aniversário marcado por luto e saudade

No dia em que faz 508 anos, Angra ainda chora os mortos na tragédia. Arujá enterra suas vítimas

Angra dos Reis - Não houve festa no 508º aniversário de Angra dos Reis. A partir deste ano, a data de fundação do balneário ficará marcada para sempre pelo luto, pela dor e pela saudade. Uma semana depois dos desmoronamentos que mataram 52 pessoas, enquanto equipes ainda buscam incansavelmente dois desaparecidos, outras cidades se juntam no sofrimento de enterrar as vítimas dos desmoronamentos. Ontem, Arujá (SP) se despediu de duas de suas moradoras. Volta Redonda ainda chora a perda de sete pessoas da mesma família, enterradas no sábado.
Demolições no Morro da Carioca continuam. Comerciantes do Centro de Angra se mobilizam para atender os desabrigados | Foto: Felipe O'Neill / Agência O DIA
Amigos e parentes da estudante Aline de Brito Pereira, 22 anos, não se conformam com a tragédia na Enseada do Bananal, na Ilha Grande. A jovem e mais seis familiares dela, além do namorado, Wellington Hadama, 23, foram engolidos pela lama. Nascida e criada na Ilha Grande, Aline morava havia apenas um ano no Jardim Amália II, em Volta Redonda, onde cursava faculdade de Biologia e trabalhava como atendente na Clínica Cardiocentro. Aline tinha ido passar o Réveillon na casa da mãe, Clemilda, 42, que também morreu. A moradia ficava próxima à Pousada Sankay. Os enterros foram feitos no sábado, no Cemitério de Belém, em Angra.
“Ainda não conseguimos acordar desse pesadelo. Aline era uma das melhores funcionárias que tínhamos. Bem-humorada, estava sempre de bem com a vida”, lamentou o cardiologista Cláudio Castro, um dos donos da Cardiocentro. Na clínica, colegas de trabalho fizeram um mural com fotos da estudante em sua homenagem. “Seu sonho era trabalhar como bióloga na ilha onde nasceu e que tanto amava, chamada por ela de ‘paraíso particular’”, lembrou Ana Vergas, 31 anos.

Na mesma residência onde estavam Aline, Clemilda e Wellington, também morreram soterrados o avô da estudante, Osmêndio Arlindo Pereira, 68, a irmã, Gabriela, 13, seus tios Leandro, 18, e Leonardo, 22, e a mulher do segundo casamento de Osmêndio, Lucélia de Brito Pereira, 52. Parentes em Angra, muito abalados, não quiseram dar declarações.

>> FOTOGALERIA: As vítimas da tragédia em Angra dos Reis
No Bananal, bombeiros continuam as buscas por Roseli Marcelino Pedroso, 34 anos. Jorge Carvalho, 43, ainda espera encontrar a filha Alessandra Carvalho, 11, que passava Natal na casa de uma tia no Morro da Carioca e ainda está desaparecida. Ele já enterrou a mulher e os outros cinco filhos. “Passei a tarde em Angra e estou vindo para cá todos os dias. Só quero encontrar a minha filha”, afirmou o ajudante de obras, que mora em Rio Claro, a cerca de duas horas de Angra.
ARUJÁ ENTERRA AS DUAS ÚLTIMAS VÍTIMAS
A cidade de Arujá, em São Paulo, deu adeus ontem a Fernanda Muraca, 27 anos, e a Emannuella Neves, 33. O desmoronamento da Ilha Grande matou mais 11 pessoas do município. Os corpos foram retirados da Enseada do Bananal terça-feira e levados no início da manhã de ontem para o Ginásio Municipal, onde foram velados. Emmanuella era noiva do filho do prefeito, Flavio Larini, que sobreviveu. O rapaz ficou durante todo o enterro ajoelhado diante do caixão da namorada.
>> Envie imagens de estragos provocados pelas chuva para conexao@odia.com.br
Fernanda foi enterrada no Cemitério Municipal. “Meu filho noivara com ela no fim do ano e estava muito empolgado”, contou o sogro, Beto Alegri. “Meu filho, Luiz Henrique, fez questão de ressaltar o profissionalismo dos bombeiros do Rio”, frisou. “Acompanhei as buscas desde o início. A tragédia só foi um pouco amenizada porque todos os familiares foram tratados com muita humanidade”, contou o tio, Pedro Cordeiro. Parentes de Fernanda vestiam camisa com a foto da jovem onde se lia ‘A vida muito bem vivida’.
TIO DE VÍTIMA RECLAMA DA JUSTIÇA
Segunda-feira em Arujá foram sepultados Keller Neves, 35 anos, a noiva, Joyce, 30, e o filho dele, Gustavo, 10. Tio de Keller, o comerciante Oswaldo Coutinho, 45, criticou o plantão judiciário pela demora em expedir os atestados de óbito. Como os corpos foram trazidos de Angra para a capital, a Justiça teve de autorizar a emissão dos documentos fora do município onde houve o acidente. “Ficamos sete horas esperando a boa vontade do juiz de plantão. Não exigimos carinho ou solidariedade da Justiça, apenas que não seja morosa, ao contrário de todos os outros órgãos públicos no Rio, que foram sensacionais, rápidos e competentes”, ponderou Oswaldo.
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